Vida privada

Quem acha que a sua própria vida é realmente privada hoje em dia, levanta a mão.

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É praticamente impossível tal fato ser verdade. Nem se quiséssemos. Tem gente que se priva de certos recursos, como alguns casos no Orkut: deleta a conta, apaga scraps, essas coisas. Particularmente, acho que não tem efeito, a pessoa sempre acaba entrando com o login de alguém.
Mas é interessante as pessoas que apagam scraps. Se o Orkut é uma rede de relacionamentos e que tem por objetivo fazer com que a pessoa encontre, converse, obtenha informações de seus amigos ou conhecidos (ou nem isso!), por que então apagar os scraps? Primeiro, se você está cadastrado no serviço, você já está "vulnerável", está correndo o risco de ser achado por aquele chato da sua sala ou pela sua tia.
O fato é que não há como se esconder do mundo depois do surgimento da internet, mais especificamente das redes sociais. Isso me lembra Foucault, aula de Teoria da Comunicação e o controle exercido pelos meios de comunicação sobre seus usuários. O Panóptico (termo utilizado por Foucault) seria um centro penitenciário ideal, onde os presos não sabem quando estão sendo vigiados e quando não estão.
Então, cheguei à brilhante conclusão de que as redes sociais são Panópticos com presos voluntários: você entra, se cadastra e é "vigiado" 24 horas por dia. A diferença é que sabemos que somos vigiados, mas não nos importamos. Tanto não nos importamos, que fornecemos diversas informações como idade, localização, fotos, gostos musicais, comidas preferidas, orientação sexual, etc.
Um dos pontos positivos desse excesso de exposição (além de descobrir fofocas sobre amigos e inimigos) é o já citado monitoramento de marcas e é claro, a publicidade. Se você tem uma foto com amigos em um bar, pode-se notar: o novo modelo de tênis do amigo, o relógio caríssimo da amiga, a bebida mais refrescante, o bar do momento, etc. Não tem como fugir.
Portanto, não apaguem seus scraps, é inútil.